segunda-feira, 11 de julho de 2011

O gaúcho e o paraíba

Estavam participando de uma ‘“trova” muitas pessoas.
Estava no palco um baiano, cantando a música de Bola de Sabão, de Claudia Leite. Ele terminou sua apresentação com muitos aplausos.
Chegou à vez do gaúcho.
Ele botou o pé no palco e já foi falando:
-Mas bah, tchê! Quanta prenda bonita! Isso me lembra o pampa, lugar onde nasci.
-Bom, eu vou apresentar uma música de minha própria composição.
-Toca a gaita, gaiteiro!

“Eu moro em Florianópolis
Mas Caxias é melhor,
Assino Zero Hora em Nova York
Mas bah tchê, to na pior!

Minha prenda me largou
De almoço, só como negrinho
Todo mundo acha que o Guaíba é rio
Mas é um laguinho.

Antes comia chimia
Agora só como mu-mu
Os paulistas falam você
E os gaúchos falam tu!

Vou ao açougue
E acho a carne linda!
Mas nada se compara
Aminha prenda Carmelinda!

Eu moro na Serra
Que tem a lomba empinada,
Tenho que cavalgar muito
Para me encontrar com a gauchada!

Vou lá no super
Pra comprar a carne para acompanhar o chimarrão
E quando chego lá,
O dono do super vem me dar à mão!

Já falei bastante sobre minha terra
Pois ela é muito tri,
Suas paisagens são belas
“Melhores que as do Jacuí”
O gaúcho terminou sua apresentação foi muito aplaudido, porém, entre os aplausos, surge um paraibano muito bravo, que sobe no palco, e fala:
-Vocês ainda aplaudem um sujeito desbocado como este?
A platéia se calou
-Ele desrespeita as mulheres lhes chamando de prenda, diz que nasceu no pampa, assina Zero Hora, o que é isso? Revista? Diz que só come negrinho, chimia e mu-mu, olha só que racista!
-Diz que mora em uma lomba empinada, que vai nesse tal de super! O sujeitinho tem crianças aqui!
Eis que sobe no palco uma mulher, e interrompe o paraibano e fala:
-Pessoal, ele não falou nada de errado e nem obsceno, e eu vou provar!
-Prenda, é como o gaúcho chama sua esposa, pampa, são os campos do Rio Grande do Sul, Zero Hora, é um jornal, negrinho, é brigadeiro, chimia, é geléia e mu-mu é doce de leite.
-Lomba é morro e super, é apenas mercado. Ele é apenas gaúcho.
O paraibano pede desculpas para o gaúcho, que sobe no palco e fala:
-Um quebra costelas para todos!

Lisiane Mônica Ferrari e Ana Caroline Cardoso Turcatti

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